quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Peixe contra asma?

Pesquisa sugere que introduzir o alimento antes dos 9 meses na alimentação do bebê pode ajudar a prevenir a asma. Veja quando e como começar a inserir o alimento no cardápio das crianças


O fim de ano está aí. Se você vai passar as férias na praia, aproveite para introduzir o peixe na alimentação do seu bebê. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a partir do sexto mês de vida da criança, o alimento já pode ser inserido nas papas salgadas.

Um novo estudo incentiva essa hábito no primeiro ano de vida: pesquisa da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mostrou que oferecer peixe ao seu bebê antes dos 9 meses pode ajudar a prevenir a asma na idade pré-escolar. Para chegar a esse resultado, a pesquisa acompanhou 4.171 famílias escolhidas aleatoriamente, que responderam a questionários quando seus filhos tinham 6, 12 meses e quatro anos e meio de idade. Após a análise dos números, percebeu-se que o hábito de comer peixe antes dos nove meses cortou quase pela metade a propensão de chiado e respiração ofegante por volta dos 5 anos. O estudo não é conclusivo e os especialistas estão em busca de mais confirmações.

Ainda assim, sobram motivos para esse tipo de proteína fazer parte do cardápio de toda a família. “Já se sabe que o peixe é uma ótima fonte protéica e ferro, que é bem absorvido pelo organismo”, diz a nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri (SP). Estudos mostram também que os ácidos graxos ômega-3 (gordura poliinsaturada), encontrados principalmente no salmão e na sardinha, são importantes para o desenvolvimento do sistema nervoso central e da retina e na prevenção de doenças crônicas, como obesidade e hipertensão.

O ideal é que o alimento seja oferecido aos poucos, para que, caso a criança apresente alguma reação, seja possível identificar o que causou o problema e não oferecê-lo mais. Com relação às espinhas, escolha os peixes que têm poucas ou que não as tenham, como cação, linguado ou badejo. “Após o preparo, deve-se conferir com atenção, e sempre checar mais uma vez antes de oferecer ao bebê”, afirma o pediatra Gerson Matsas, do Hospital Samaritano (SP).
Atenção na hora da compra

O principal cuidado, no entanto, vem antes de o peixe estar no prato da família – na hora da compra! A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo dá dicas para você não errar. Em primeiro lugar, o produto deve ser adquirido em um estabelecimento que tenha boas condições de higiene e limpeza. Dê preferência para o pescado fresco, mais fácil de verificar a qualidade por meio do odor, textura e coloração. Observe se a carne está firme, brilhante e escorregadia; se os olhos estão brilhantes e protuberantes; e as brânquias úmidas e brilhantes, entre a cor de rosa e vermelho intenso. O peixe também deve estar conservado em meio a camadas de gelo.

Para quem opta pelo peixe congelado ou congela o peixe fresco, é preciso atenção ao descongelar. “Nunca se deve descongelar qualquer pescado em temperatura ambiente, porque não é uniforme e pode gerar perda de qualidade, umidade e permitir o crescimento de micróbios”, diz William Latorre, diretor da Divisão de Alimentos da Vigilância Sanitária Estadual (SP) . Para isso, descongele-o na geladeira, a 4 °C. E lembre-se: nunca congele novamente o peixe que foi descongelado. Após ter sido preparado, ele deve ser conservado na geladeira por até 24 horas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mudança na atenção ao parto vai diminuir cesáreas, diz Ministério da Saúde

Para reverter o alto índice de parto cirúrgico, que já representa 52% dos nascimentos no Brasil, o governo quer qualificar os profissionais e melhorar o atendimento à gestante


Mais da metade dos bebês brasileiros nasce de parto cesárea, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. Em 2010, o número chegou a 52% somando a rede pública e a privada. “O aumento da cesárea é uma questão cultural. O modelo hoje adotado pelo Brasil induz a esse aumento, porque é centrado no mito da tecnologia, como mais segura do que a própria natureza, e vários outros mitos em relação ao parto”, explica Esther Vilela, Coordenadora de Saúde da Mulher, do Ministério da Saúde. Em entrevista à CRESCER, Esther falou sobre a principal iniciativa do governo para melhorar a situação do parto no Brasil, a Rede Cegonha. “Vamos promover a qualificação da rede de atenção à mulher e ao bebê, constituir um novo modelo de atenção ao parto e a reduzir da mortalidade materna e neonatal”. Os cerca de R$ 9,4 bilhões do projeto devem ser investido até 2014. Saiba mais na entrevista completa.

CRESCER: O que o Ministério da Saúde está fazendo com relação ao alto índice de cesáreas no Brasil?

Esther Vilela: A Rede Cegonha é a estratégia atual do governo brasileiro para enfrentar desafios como o aumento da cesárea, a mortalidade materna e neonatal e a mudança necessária do nosso modelo de atenção ao parto e nascimento. E nós sabemos que para reduzir essa mortalidade, precisamos enfrentar o desafio do alto índice de cesárea que temos no país. Uma coisa vem junto com a outra. O aumento da cesárea é uma questão cultural. O modelo hoje adotado pelo Brasil induz a esse aumento, porque é centrado no mito da tecnologia, como mais segura do que a própria natureza, e vários outros mitos em relação ao parto. No sistema público, o modelo de atenção ao parto e nascimento é muito traumatizante, precisamos melhorar os ambientes das maternidades, ressignificar o momento do parto como um momento de celebração das famílias, e trazer mais o protagonismo e a autonomia das mulheres para essa cena.

C: E como vão funcionar essas iniciativas da Rede Cegonha na prática?

E.V.: Começa com a qualificação do pré-natal, com a captação precoce da gestante, o incremento dos exames, como o teste rápido de gravidez, sífilis e HIV, a criação de um mapa de vinculação, para que a gestante saiba já no pré-natal onde vai parir, para diminuir e acabar com a peregrinação das mulheres no momento do parto. E nas maternidades estamos investindo recursos para adequar os ambientes ao que hoje são as boas práticas de atenção ao parto e nascimento: o acolhimento completo da gestação de risco, a privacidade das mulheres no momento do parto, a garantia do acompanhante na hora do parto, o acesso a métodos não farmacológicos de alívio a dor, como a banheiro e o chuveiro, um espaço para ela caminhar, outros espaços para que ela possa ter o bebê em outras posições. Todas essas adequações nós estamos propondo pela Rede Cegonha, e também a construção da Casa de Gestante e Bebê, que são espaços para gestantes de risco ficarem próximas às maternidades sem precisar ocupar um leito e ficar dentro do hospital, e de centros de parto normal, que são espaços também ao lado das maternidades, mas diferentes do ambiente hospitalar, nos quais a mulher pode ter o seu bebê com segurança, com acesso a uma cesárea caso precise, mas num ambiente mais leve, mais parecido com o domicilio. Estamos investindo também na formação dos profissionais já com esse novo olhar, na qualificação dos profissionais que já estão atuando. Tudo isso está sendo previsto e construído na Rede Cegonha com propostas ousadas para os Estados e municípios aderirem ao programa, e a resposta tem sido positiva com relação às mudanças.


C: Existe uma previsão de quando as ações começarão a acontecer de fato?

E.V.: Algumas regiões já mandaram os planos de ação regional para o Ministério, que está avaliando tecnicamente para repassar os recursos para que essas regiões qualifiquem a sua rede de atenção materna e infantil dentro dos critérios da Rede Cegonha. É um processo demorado, mas muitas regiões já estão se mobilizando para pensar em mudanças independente disso. É claro que constituir uma rede é um processo, e não são tantas estruturas que precisamos mudar, mas sim os processos que perpassam essas estruturas. E para isso precisamos sentar com as equipes de cada região, pactuar, combinar, tirar dúvidas, formar conceitualmente qual é esse novo paradigma.

Fonte: Revista Crescer

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pesquisa aponta os maiores riscos que a internet oferece às crianças

Levantamento de empresa de informática mostra que 79% das crianças brasileiras já tiveram experiências negativas online


Visualizar conteúdo impróprio para sua idade, infectar o computador da família com vírus e se relacionar com desconhecidos - por meio de redes sociais - são os problemas mais frequentes entre crianças e adolescentes na web. É o que mostrou o Relatório Norton Online Family 2011, divulgado nesta quarta (16) pela Symantec.

Segundo os pesquisadores, que estudaram os hábitos virtuais de 800 brasileiros – 500 adultos, 200 crianças e 100 professores -, cerca de 80% daqueles com idades entre 8 e 17 anos já enfrentaram algum tipo de contratempo no mundo virtual.

A principal novidade da 4ª edição do estudo – que reuniu cerca de 10 mil pessoas em 24 países - é o “cyberbaiting”, uma espécie de bullying contra professores, que são insultados e provocados pelos alunos e têm suas reações gravadas e divulgadas nas redes sociais. Essa prática faz com que 39% dos docentes considerem um risco ser amigo dos alunos nas páginas de relacionamento virtual.

E se você tem dúvida se impor regras ao seu filho sobre como ele deve usar a internet funciona mesmo, saiba que elas são importantes, sim. Insista! De acordo com o relatório, que mostrou que 49% dos pais fazem isso, quando os filhos obedecem os pais cerca de 56% teve alguma experiência ruim na web contra 91% daqueles que ignoraram as normas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Por um sono mais seguro do seu filho: como prevenir a morte súbita

Academia Americana de Pediatra revisa recomendações sobre o melhor jeito de o bebê dormir. Confira

Quem nunca foi várias vezes à noite ao quarto do filho para ver se ele estava apenas... respirando? Isso acontece em especial pelo pânico dos pais com a síndrome da morte. O termo é usado para designar uma morte na infância que não pode ser explicada depois de investigações, tanto da cena (local onde o bebê dormia), autópsia e revisão da história clínica da criança.

Esse tipo de ocorrido tem resultado em cada vez mais estudos, para encontrar uma resposta sobre o que poderia levar a essa morte prematura. Baseada justamente em pesquisas sobre o tema, a Academia Americana de Pediatria (AAP) acaba de publicar 18 recomendações para que as crianças tenham um sono seguro e previna tanto a morte súbita quanto outros tipos de problemas graves relacionados ao sono, como sufocamento. Confira

- De barriga para cima. Sempre! É a posição mais segura. A criança respira melhor e tem menos risco de engasgo – caso vomite, ela vai girar a cabeça para o lado.

- Dormir só em superfície firme, como no berço e com o colchão no tamanho adequado. Carrinho de bebê, sling, bebê conforto e cadeirinha de carro não devem ser usados para rotina do sono. Tudo bem adormecer por alguns minutos, desde que com supervisão, segundo especialistas ouvidos pela CRESCER.

- A APP recomenda que o bebê durma no quarto dos pais nos primeiros meses,
mas nunca na mesma cama. Isso porque você consegue monitorar a criança e intervir rapidamente caso aconteça algo. Sem contar que vai facilitar na hora de amamentá-lo durante a noite.

- Bichos de pelúcia, travesseiros ou qualquer objeto solto devem estar fora do berço, inclusive protetores. Além do risco de asfixia, acumulam ácaros. O cuidado vale para roupas de cama, que devem ser presas embaixo do colchão.

- Faça o pré-natal correto. Há diversas evidências que relacionam um menor risco de morte súbita em crianças cujas mães fizeram um pré-natal regular.

- Evite contato com cigarro durante a gravidez e após o nascimento do bebê. O desenvolvimento do bebê no útero é prejudicado pelos maus hábitos, o que pode levar à prematuridade – um fator de risco para a morte súbita. Após o nascimento da criança, o cigarro também deve ficar longe. O fumo passivo prejudica o sistema respiratório. Se algum parente ou amigo seu tem o hábito, ele vai ter de fazer isso longe do seu filho.

- Não beba nem use medicação por conta própria durante a gravidez. E isso inclui o período anterior à sua gestação. Quer engravidar? Cuide-se desde já!

- Amamente. Ao sugar o peito, a criança é obrigada a respirar pelo nariz. Assim, desenvolve melhor o sistema respiratório, deixando os músculos fortalecidos.

- Chupeta como aliada. Isso não quer dizer que, se o seu filho não gosta ou não usa, você deve forçá-lo, mas alguns estudos mostram que o uso do acessório diminui a incidência de morte súbita. No entanto, ela deve ser só oferecida ao bebê quando a amamentação estiver estabilizada, depois de três ou quatro semanas de vida da criança.

- Evite superaquecer o seu filho. Ele deve estar vestido de maneira confortável para o clima do dia. Segundo a AAP, a criança deve estar com uma “camada” a mais de roupa do que você. Apenas isso! Também não deve cobrir a cabeça nem as mãos do seu filho, pois são pelas extremidades que ele regula a sua temperatura.

- Vacine seu filho.
Recentes evidências sugerem que a imunização pode ter um efeito protetor contra a morte súbita.

- Cuidado com propagandas de produtos que dizem evitar morte súbita.
Não há nenhum acessório ou produto que tenha essa finalidade, muito menos pesquisas científicas que comprove algum benefício em adquiri-lo.

- Não use monitores cardiorrespiratórios como uma estratégia de reduzir o risco de morte súbita.
Não entre nessa paranoia!

- Deixe seu filho de barriga para baixo (acordado!) apenas para que ele exercite seus músculos. Mas sempre, sempre, sempre com você ao lado dele! Essa posição é importante para ajudar o desenvolvimento motor e muscular e a minimizar o risco de plagiocefalia – quando o crânio do bebê tem alguma deformidade pela pressão que sofre em apenas um dos lados.

- Você tem uma babá? Seu filho fica em um berçário? Com a sua mãe? Faça com que todos que ajudam você nos cuidados com o bebê saibam das recomendações sobre como prevenir a morte súbita.

- De olho na mídia. A AAP ressalta que tanto propagandas na TV quanto nas revistas, nos sites, nos jornais devem seguir as recomendações do sono seguro ao incluir um bebê em seus projetos.

- Campanha frequente. A Academia enfatiza a importância de campanhas ao redor do mundo orientando pais e educadores no cuidados com o sono das crianças, tanto para prevenir morte súbita como sufocamento e outros acidentes. A instituição reforça que os cuidados com o bebê devem ser passados para a mulher ainda durante a gravidez.

- Pesquisas e mais pesquisas.
A cada cinco anos, as orientações para o sono seguro dos bebês devem ser reavaliadas, de acordo com a AAP. Isso inclui novas pesquisas, estudos e investigações por parte dos cientistas.


Fontes: Márcia Pradella, neuropediatra e responsável pelo setor de pediatria do Instituto do Sono, da Unifesp; José Hugo de Lins Pessoa, pediatra e membro do Núcleo Permanente de Estudos sobre o Sono da Sociedade Brasileira de Pediatria

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ioga durante a gravidez previne dores nas costas

Exercícios que fortalecem a musculatura lombar e auxiliam na respiração podem evitar o problema
Dores nas costas, em especial na região lombar, são comuns durante a gravidez por causa do ganho de peso e a modificação da postura. Mas é possível solucionar e até prevenir esse problema com a prática da ioga. É o que diz um estudo realizado pelo Group Health Research Institute, nos Estados Unidos.

A pesquisa, que contou com participação de 228 pessoas, não foi dedicada a gestantes, mas o resultado cabe perfeitamente a elas. “A ioga fortalece a musculatura lombar, melhora a postura e faz a grávida entrar no eixo, diminuindo as dores nas costas”, diz Luiz Fernando Leite, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Joana (SP). E esse não é o único benefício que a prática traz. “Ela ajuda a gestante a aliviar a ansiedade, melhorar a respiração e fortalecer o vínculo entre mãe e bebê”, diz Mari Cardeal, instrutora da Aruna Yoga (SP).

Quando começar?

É possível praticar ioga desde as primeiras semanas de gestação. Os exercícios que envolvem alongamento, técnicas de respiração e relaxamento são de baixo impacto e não oferecem riscos. Mas a gestante deve estar se sentindo bem e, principalmente, consultar seu médico antes de começar (o que vale para qualquer atividade física). “Só não recomendo para grávidas que têm sangramento, histórico de partos prematuros ou pressão alta”, afirma Leite. “Para todas as outras, a prática de exercícios leves só traz benefícios”, completa.

Existem diversos cursos para as gestantes, com exercícios específicos que são divididos de acordo com a idade gestacional. “Bem no início da gestação, quando ainda não é recomendado muito esforço, as grávidas exercitam mais a respiração. A partir do segundo trimestre, ela vai trabalhar a musculatura, o que dará melhores condições para o corpo que vai sofrer muitas alterações”, diz Mari. Vale lembrar que a regularidade da prática é importante para se conseguir resultados, mas sempre (sempre!) você deverá respeitar o seu limite.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Jogar videogame pode melhorar a visão de crianças com ambliopia, diz estudo

Também conhecida como “olho preguiçoso”, a doença é mais facilmente tratada em crianças de até 8 anos, cuja visão ainda não está completamente desenvolvida. Mas também traz benefícios para as mais velhas

Um estudo realizado por uma clínica oftalmológica indiana mostrou que a correção da ambliopia – diminuição da visão sem lesão estrutural aparente – pode ter uma aliada para o tratamento que as crianças adoram: o videogame. No estudo em questão, os médicos separaram 100 pacientes, entre 10 e 18 anos, em grupos. O resultado mostrou que aqueles que jogaram tiveram melhor evolução na visão se comparado com os que não usaram o game.
Apesar de a técnica não ser nova, o estudo traz um diferencial, que é mostrar que a ambliopia (ou “olho preguiçoso”) pode ser diagnosticada e tratada em crianças mais velhas. Segundo Somen Ghosh, autor principal da pesquisa, da Calcutta Nacional Medical College, “elas já podem ter esperanças de conseguir melhorar a sua visão”. No entanto, o benefício ainda é maior para as menores. Na pesquisa, aquelas com menos de 14 anos tiveram uma melhora muito mais significativa.

(LEIA TAMBÉM: QUANDO LEVAR SEU FILHO AO OFTALMOLOGISTA PELA PRIMEIRA VEZ)

Para Paulo Grupenmacher, professor de oftalmologia da PUC Paraná, isso só reforça o quanto é importante descobrir o problema o quanto antes. Até os 8 anos, o olho ainda está em desenvolvimento, o que facilita o tratamento. “O uso do videogame serve para estimular a visão. O olho sem problemas fica tampado, enquanto o ‘preguiçoso’ é forçado a trabalhar”, diz.

O especialista alerta que essa técnica do videogame funciona como uma fisioterapia, só que de exercício visual. De qualquer maneira o acompanhamento com o médico é fundamental. “Videogame exercita, mas não cura”, ressalta Grupenmacher.

Fonte: Revista Crescer

sábado, 15 de outubro de 2011

Lições que todo professor gostaria que os pais soubessem

No Dia dos Professores, confira dicas de educadores que vão ajudá-lo a educar o seu filho

Como acalmar várias crianças ao mesmo tempo? E ensiná-los a guardar os brinquedos depois de se divertirem? O que fazer para meu filho gostar de ler? Dúvidas como essas não afligem só aos pais, mas também os educadores. Assim, no dia em que comemoramos o dia dos professores, a CRESCER pediu uma série de “lições” de diferentes escolas sobre como lidar com questões do dia a dia. Confira e inspire-se para aplicar algumas dessas dicas em casa.

Guardar os brinquedos
”Brincar é sempre gostoso! Variedade de brinquedos desenvolve a fantasia, estimula a linguagem e a criatividade, mas na hora de guardar...A criança precisa saber que recolher os brinquedos faz parte e é essa ação que vai garantir que tudo esteja no lugar no dia seguinte. Utilize estratégias lúdicas para esse momento, como o “Sr. Barrigão”: a criança carrega o maior número de brinquedos na camiseta, fazendo um barrigão e leva até o local de guardar.”

Patrícia S. Roselli, professora do Colégio Sidarta

Acalmar várias crianças ao mesmo tempo

“Há momentos em sala de aula que nos vemos tentando dar instruções às crianças mas elas estão tão agitadas que não somos ouvidos. Nessa hora, brincadeiras e músicas são a chave para mantê-los calmos e atentos. Basta começar a cantarolar “Atenção, concentração, ritmo...”, um conhecido jogo cantado em que todos acompanham o ritmo das palmas. As cantigas, que precisam voltar a fazer parte do repertório da infância, desligam da agitação e conectam a momentos mais tranqüilos. Na escola, convidar meninos e meninas para ouvir uma canção ou cantar restabelece a calma e a ordem no ambiente.”

Renata Praxedes, professora da Escola Castanheiras

Fazer atividades em grupo
“Na escola, as atividades geralmente são feitas em grupo. Tanto nos jogos pedagógicos como nas atividades livres e até mesmo na elaboração das rotinas básicas, há pequenas regras a serem seguidas, respeitando as capacidades de cada idade. As crianças aprendem a esperar a vez de participar de uma atividade, observam a maneira do amigo brincar e atuar na brincadeira, aprendem a respeitar o jeito de casa um resolver as questões pendentes. Nos momentos de dificuldades, o professor entra como mediador, auxiliando a solucionar as questões da forma mais democrática possível. Na verdade, tudo isso faz parte do trabalho em equipe. Assim, a melhor forma é pela convivência em grupo e com jogos, atividades coletivas com regras e objetivos em comum e muita conversa.”

Cláudia Razuk, coordenadora do Colégio Itatiaia

Gostar de ler
“Criar um ambiente rico em livros e atividades relacionadas à leitura, adquirir obras atrativas e apropriadas a cada idade, além de investimento em tempo, como sentar junto com a criança, contar histórias e explorar outras tantas possibilidades que o livro oferece. Alguns exemplos: mudar os finais das histórias, inventar novos nomes para os personagens, fazer desenhos sobre o livro, inventar dramatizações e o que mais a criatividade mandar. Passeios a livrarias também são importantes, pois assim a criança pode, também, escolher os títulos que mais a agradam.”

Adelaide da Silva , professora do Colégio Itatiaia

“Ter uma rotina de leitura na hora de dormir aproxima pais e filhos. Contar uma história em capítulos pode deixar expectativas para o outro dia, sobre o que ainda está por vir. Assim, as crianças não vêem a hora de dormir chegar, porque com ela chega o livro, o leitor, o capítulo seguinte e a cada dia, a leitura está mais próxima do desfecho. E saiba que um texto bom para criança também é um texto bom para o adulto.”

Renata Praxedes, professora da Escola Castanheiras

Elogiar na medida certa
”Elogiar e estimular é fundamental. Porém, é importante que os comentários de estímulos sejam reais e sem exageros. Há casos em que uma criança não conseguiu realizar determinada tarefa e, mesmo assim, recebe “super elogios” como se a tarefa tivesse sido feita com êxito. É claro que a criança tem consciência e autocrítica para saber se o que fez ficou bom e correto. O estímulo será importante em um momento de dificuldade, até mesmo como forma de ajudar a criança a melhorar, mas deve ser feito de forma mais real, do tipo: “Você está melhorando um pouquinho a cada dia e estou muito feliz com isso. Vamos ver como conseguir melhorar ainda mais?” Neste momento, o importante é ajudar a criança com suas dificuldades criando meios de levá-la a vencer os desafios, sejam comportamentais, emocionais ou de aprendizagem.

Geisa do Carmo, professora do Colégio Itatiaia

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Seu bebê é o que você come

Pesquisa mostra que consumir alto teor de gordura durante a gravidez pode aumentar o número de células gordurosas do bebê

Você já sabe a importância de seguir uma alimentação saudável durante a gestação, não é mesmo? Mais uma pesquisa vem para reforçar essa ideia. O novo estudo, feito com ratas, indica que grávidas que mantêm uma alimentação rica em gordura pode influenciar no índice de massa gorda dos bebês.

Segundo os cientistas do Hospital Infantil da Universidade de Saúde e Ciência Doernbecher, nos Estados Unidos, bebês cujas mães seguem uma alimentação saudável tendem a ser mais magros. Enquanto os filhos de mulheres que consomem alimentos gordurosos têm maior taxa de massa gorda e mais tendência a serem obesos.

“A principal descoberta da pesquisa é que os bebês nascem com uma mudança acentuada na composição corporal, independente de haver contato com qualquer alimento”, diz a pediatra Stephanie Krasnow, coordenadora da pesquisa.

A boa notícia é que mudar a alimentação durante a gravidez reduz consideravelmente o risco desses efeitos negativos. Para os pesquisadores, essa informação é extremamente importante quando se leva em conta que quase metade das mulheres em idade fértil têm sobrepeso ou são obesas nos Estados Unidos, de acordo com o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Aqui no Brasil, o número de obesos também não para de aumentar.

Segundo a obstetra Maria Luisa Mendes Nazar, do Hospital Edmundo Vasconcelos (SP), a pesquisa faz todo sentido. "É simples: tudo que a mãe ingere vai para o bebê, ou seja, os alimentos são responsáveis pelo desenvolvimento da criança. Nesse sentido, é preferível que a mulher engorde mais seguindo uma alimentação rica em fibras e proteínas do que ganhe poucos quilos, mas com uma dieta muito gordurosa", diz.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Placenta: lixo orgânico ou remédio natural?

O consumo e o encapsulmento de placentas estão ganhando força nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, algumas mulheres já aderiram a essa prática, ainda que não existam provas científicas de seus benefícios nem credibilidade dos médicos. Aqui, você vai entender mais sobre o assunto e as razões pelas quais duas mães consumiram sua placenta

“Aqueci parte dela e preparei com vinho, champignon e ervas frescas.” A refinada receita de Gabriela Rodriguez* certamente agradaria ao mais exigente dos paladares e não causaria qualquer estranheza, se não fosse pela escolha da carne: a sua própria placenta. Apesar do caráter exótico, para os dias de hoje, a serenidade na fala e a contextualização do ato fazem a declaração da acupunturista paulistana, de 28 anos, soar com naturalidade. Gabriela, vegetariana e afeita a um modo de vida mais natural, não comeu a placenta que “nasceu” com sua filha, Maria*, hoje com 3 anos, por qualquer imposição religiosa ou modismo. Ela acredita que esse ato é benéfico à saúde. “No nível físico, vejo a placenta como um alimento rico em nutrientes, uma carne preparada pelo próprio corpo da mulher. E acho que o consumo também interfere em outros dois níveis: espiritual e energético”, explica Gabriela.

Apesar de ainda não ser um assunto amplamente discutido no Brasil, a placentofagia, prática do consumo da placenta, está crescendo vertiginosamente nos Estados Unidos e vem conquistando adeptas em território nacional. Como também é o caso da doula Caroliny Ribeiro, de Campinas (SP), que comeu a placenta do parto de seu segundo filho, Caetano, de 1 ano e 11 meses. “A parteira preparou para mim. Ela cortou em pedacinhos e eu comi um deles, cru mesmo, sem tempero”, afirma Caroliny, que enterrou o restante do material, como parte do ritual.

Grávida de 20 semanas, Caroliny não tem dúvidas em relação ao destino da placenta do terceiro filho. Com a ajuda da amiga, Gabriela, que também é aprendiz de parteira tradicional, ela pretende criar um prato mais elaborado no aconchego do seu lar, mesmo local onde deu à luz Caetano. Apoiada pelo marido, Caroliny afirma que o consumo da placenta lhe trouxe benefícios. “Estava me sentindo muito fraca depois do parto e, mesmo que tenha sido só um pedaço, senti que ele me deu forças”, afirma.

A comunidade médica discorda da opinião e da atitude dessas mães. Para Mark Kristal, neurocientista americano especialista em placentofagia, talvez o único do mundo, essa prática é infundada. “Não há nenhuma evidência científica de que o consumo de placenta faça bem ou mal para a saúde dos seres humanos”, diz o médico, que estuda o assunto há mais de 20 anos. Em uma de suas pesquisas, o resultado sugeriu possíveis benefícios do consumo da placenta para os animais, como aproximação com o filhote e redução da dor do “parto”, mas nada que possa ser estendido aos seres humanos.

Para Kristal, muitas pessoas se baseiam no comportamento instintivo dos mamíferos – não humanos -, por acreditar que eles têm um bom motivo para se alimentar da própria placenta. Isso, no entanto, não é o bastante para fazer Gabriela mudar de ideia: “Essa visão científica, que busca eleger, classificar, não é capaz de compreender o que está por trás dessa prática”.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Coqueluche: casos da doença dobram no país

Apesar da estatística, não há surto. Confira por que a vacinação é fundamental para evitar que o seu filho fique doente

Você vacinou o seu filho contra a coqueluche? E deu o reforço? Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de pessoas com a doença dobrou este ano em relação ao ano passado. Em 2010 foram notificados 291 casos no país e este ano, 583 – sendo 218 só em São Paulo, Apesar, disso, o Ministério reforça que não existe um surto. Fique tranquila. Mas, então, o que justifica esse aumento?

Segundo Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (SP), são dois aspectos que levam a essa estatística. “A cada três ou cinco anos, além da condição epidemiológica, ou seja, o ciclo da bactéria, há a questão imunológica – a queda da adesão da vacina”, diz. Para você entender melhor, uma criança que está saindo da infância e entrando na adolescência e não tomou o reforço da vacina, pode até pegar a doença em forma branda, porque seu organismo ainda tem alguma dosagem de anticorpo, mas a transmite a outras pessoas. Isso acontece porque, como não tem característica de coqueluche, o doente continua circulando livremente na escola, na casa dos colegas.

Por isso, além de você manter a vacina do seu filho em dia, você também deve estar imunizado, para evitar passar a doença para ele. A tríplice bacteriana (contra coqueluche, tétano e difteria) está disponível gratuitamente para as crianças nos postos de vacinação, mas, para os adultos, apenas nas clínicas particulares, por R$ 144, em média. Vale lembrar que para que a imunização se complete a criança deve receber todas as doses, aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e novamente entre 4 e 6 anos. Mas a prevenção deve continuar. Para as crianças que tomaram todas as doses e para os adultos, a vacina deve acontecer novamente a cada 10 anos.

Em maio deste ano, durante o Seminário América Latina sem Coqueluche, que aconteceu na República Dominicana, estudos apontaram um crescimento de 34% de crianças com coqueluche desde 2006. E, novamente, o fator que motivou essa estatística foi a queda da adesão à vacina. "Sabemos que, no Brasil, a cobertura vacinal é de mais de 90% no primeiro ano do bebê e, depois disso, esta porcentagem cai", explica a pesquisadora da Coordenadoria de Controle de Doenças do Instituto Adolf Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São paulo, Daniela Leite. Apesar de não haver pesquisas completas, a estimativa é de que a cobertura vacinal passe para 80% no segundo ano e se reduza a 50% quando são necessários reforços do imunizante.

Saiba mais sobre a doença

- O que é: causada pela bactéria Bordetella Pertussis, é uma doença contagiosa que se transmite pelo contato direto principalmente nos meses de primavera e verão.

- Sintomas: é caracterizada por espasmos de tosses que podem durar até 30 minutos e se repete muitas vezes por dia. Não apresenta febre, mas pode ter coriza na fase considerada catarral, que costuma aparecer após a primeira semana de contágio.

- Diagnóstico: é feito com exames laboratoriais. No Brasil, todos os casos devem ser notificados ao Ministério da Saúde.

- Tratamento: são receitados antibióticos assim que a doença é confirmada porque, principalmente quando atinge recém-nascidos, pode causar a morte. O índice de letalidade nos bebês é considerado alto: cerca de 10% dos que são contaminados acabam nao resistindo caso o tratamento correto não seja iniciado rapidamente.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Seu filho bem no vídeo

Confira 5 dicas para você acertar na hora de filmar as crianças

Que tal aproveitar o tempo a mais com os filhos e fazer uma filmagem? Preparamos cinco dicas para você não fazer feio ao exibir o vídeo em casa para a família depois:

* Pense no enquadramento de cada cena como se fosse uma foto (sempre atento ao assunto principal que deseja mostrar). O ideal é que cada imagem tenha, em média, 4 segundos.

* Para evitar que o vídeo saia tremido, ajuste a alça de apoio na mão para que a câmera não fique bamba. Sempre que possível, apoie o corpo em uma parede, por exemplo.

* Aproveite os espaços mais iluminados e, se possível, evite gravar seu filho de costas para a luz.

* A não ser que você queira mostrar o local também, prefira gravar na altura da criança.

* Use o zoom só em detalhes, e não para se aproximar de uma cena.

Fonte: Paty Vilela, cinegrafista, editora e produtora de vídeo (SP)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Chegada da primavera pode aumentar os casos de catapora

Veja por que isso pode acontecer, conheça os sintomas, cuidados e forma de prevenir a disseminação da doença

Os períodos de mudança de estação, como agora com a chegada da primavera, são favoráveis à propagação da varicela, popularmente conhecida como catapora. Esse é o alerta da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. A doença, que é altamente contagiosa, atinge, principalmente, crianças de 1 a 6 anos de idade, e a transmissão acontece por contato e por via respiratória. Ambientes pouco ventilados, creches e escolas são propícios para a disseminação do vírus.

Por conta disso, a melhor forma de prevenir o seu filho é por meio da vacinação. Ela não está disponível na rede pública, e nas clínicas particulares custa, em média, R$ 160. A dose deve ser dada aos 12 meses com reforço entre 4 e 6 anos. Apesar de ser raro a criança pegar a doença quando está imunizada, caso aconteça, será de uma maneira mais branda. O recado de prevenção vale para os pais e cuidadores da criança que não tiveram a doença ou não se vacinaram. A restrição é para as grávidas, que não podem receber a imunização.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

10 formas de namorar depois dos filhos (e apesar deles)

Ter um dia da semana só para curtir o amado é uma das dicas


1. Monte uma rede de reforço: uma babá de confiança, avós que moram perto, tias corujas... Esse exército vai ajudar vocês a saírem sem preocupações.

2. Estabeleça um dia para o casal. E não desmarque. Vale “seqüestrar” o parceiro na hora do almoço também.

3. Vá para a cama no mesmo horário de seu filho. Assim, dá até para acordar de madrugada e aproveitar.

4. Regre o horário para ele dormir e tranque a porta do quarto enquanto estiver namorando.

5. Programe uma lua-de-mel uma vez por ano. Pode ser apenas um fim de semana, mas fará diferença, acredite.

6. Exercite o carinho. Assistam à TV abraçados, ligue no meio da tarde, se beijem todos os dias...

7. Coloque o parceiro na sua lista de prioridades (tudo bem ele ficar atrás dos filhos). As compras do supermercado, a pilha de roupas para passar e o passeio com o cachorro podem esperar.

8. Compre lingeries novas. Mulheres gostam de exibi-las. Homens, de vê-las. Aproveite e jogue fora tudo o que usou na gravidez, no pós-parto, as velhinhas...

9. Tire o berço do quarto. Tire também as fraldas, os brinquedos, os bichinhos de pelúcia. Esse espaço é de vocês.

10. Quando estiverem sozinhos, converse sobre tudo, menos os filhos. Não deixe o diálogo de vocês se resumir em “resolver problemas”. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Você quer ter outro bebê logo?


Confira as novas recomendações para o uso de anticoncepcionais após o parto

Se você está no fim da gravidez ou seu filho acabou de nascer e ter outro não está nos seus planos tão cedo, é hora de pensar no uso de contraceptivos no pós-parto - e um novo guia para quem optar por anticoncepcionais foi divulgado nos Estados Unidos. Segundo a nova recomendação, quem não tem problema de saúde pode começar a usar a medicação feita apenas à base de progesterona (esse tipo não interfere na amamentação) a partir do 21o dia do parto. Aquelas que têm risco para tromboembolismo (mais chances de ter trombose), ou seja, que já tiveram o problema, têm casos na família, têm mais de 35 anos, são cardiopatas ou hipertensas, sugere-se começar 42 dias após o parto. No Brasil, a recomendação passa a ser a mesma, mas muitas vezes a mulher começa o uso só 40 dias depois, que coincide com a segunda consulta com o obstetra.

Fonte: Fabiane Sabbag Correa, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz (SP)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Meninas cada vez mais novas em poses sensuais. Por quê?

Maquiagem carregada, salto, cabelos à la Amy Winehouse. Tudo isso aos 4 anos! Foram essas as imagens que chocaram pais, mães e o público em geral esta semana em um catálogo de lingerie infantil

Se você já tinha se chocado quando viu nas notícias a pequena Thylane, de 10 anos, em pose sensual para a revista Vogue francesa, com certeza também não se conformou ao ver esta semana imagens de meninas de 4 anos (sim, 4 anos!) posando para a marca de lingerie, também francesa, Jour Après Lunes.

As fotos, que nos recusamos a publicá-las aqui, promovem uma coleção de lingerie destinada a meninas de 4 a 12 anos, que as exibe com um visual que remete ao mundo adulto feminino: cabelos no estilo da cantora Amy Winehouse, grandes óculos de sol e colares de pérolas.

O fato é que a publicidade chocou e repercutiu em diversos lugares do mundo. "O que é perturbador sobre a Jours Après Lunes não é apenas o fato de que a lingerie é para pessoas que provavelmente não devem ter idade suficiente para saber o que é uma lingerie, mas as fotos em seu site.” Esse é parte do texto publicado no Fashionista.com, que trouxe a história à tona.

Mas por que cada vez mais isso se repete e com meninas? Para Cristina Carvalho, educadora e coordenadora dos cursos de especialização em educação infantil da PUC-RJ, isso é um reflexo da maneira como a figura da mulher tem sido vista na sociedade.

Muitas vezes ouvimos falar que as crianças hoje são precoces, compreendem tudo tão cedo, sabem tudo. Elas não sabem nada. São inseridas em um mundo pronto e precisam compreender conceitos, normas, regras da sociedade. E cabe aos pais mediar essa relação do filho com o mundo. “A culpa não é do computador, da novela, da internet. Para criar valores, a criança precisa de alguém que os explique”, afirma. E critica: "Eu percebo que alguns pais têm se eximido da responsabilidade que o adulto tem de cuidar disso." Diálogo, paciência e dizer não, muitas vezes, fazem parte do educar. Dá trabalho!

Brincadeira x realidade

Sem ter consciência do que a maquiagem carregada, a roupa ou a pose sensual significam, a menina passa a reproduzir em seu dia a dia algo que não é bacana, mas que, para ela, é normal. A distância entre o mundo adulto e o infantil se encurta, assim como a infância. Precocemente, ela é estimulada a aceitar um comportamento a que não está preparada e pode se envolver em situações de risco amanhã.

Vale aqui reforçar que isso é completamente diferente de imitar. Se a sua filha adora colocar os seus sapatos de salto e desfilar pela casa, ou ainda vestir uma roupa sua, tudo bem. “A imitação faz parte do desenvolvimento infantil. É benéfica. Afinal, é por meio do brincar com base na imitação que ela está conseguindo compreender as coisas do mundo”, conta Cristina. O problema é quando isso deixa de ser brincadeira.

Na educação dos filhos, como você já sabe, é preciso estar junto e lidar o tempo todo com o bom senso e olhar atento em suas vidas, para que, mais tarde, eles possam fazer suas escolhas. Mas em situações como essa a responsabilidade vai além dos pais. “Nós adultos precisamos nos perguntar se é isso que queremos para o mundo. Não dá para achar normal atitudes assim”, diz a educadora. E você? O que pensa de tudo isso? Compartilhe com a gente!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quem precisa de aconselhamento genético?

 Descubra se você e seu marido deveriam passar por uma consulta com um geneticista – e saiba em que casos é importante procurar esse especialista antes de engravidar


O QUE É ACONSELHAMENTO GENÉTICO?

É uma conversa, um aconselhamento mesmo, onde o geneticista avalia as chances de o paciente (ou seus filhos) ter uma doença genética. Na primeira consulta, você não vai fazer nenhum exame. O médico quer conhecer a sua história e a da sua família para fazer a árvore genealógica de vocês. O objetivo é descobrir se há possíveis riscos e verificar se é necessário algum exame para fechar um diagnóstico.

O QUE SÃO DOENÇAS GENÉTICAS?

São problemas que estão na “programação” do nosso DNA. Podem estar nos cromossomos (como a síndrome de Down, na qual a pessoa tem um cromossomo a mais no par 21), nos genes (como a acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo) ou ser definidos por vários fatores, como genéticos e ambientais (o uso de álcool ou drogas etc.). Vale lembrar que nem todas têm sua causa completamente desvendada. A boa notícia é que existem mais exames disponíveis para a investigação e o custo para realizá-los é menor.

QUEM PRECISA PASSAR POR UMA CONSULTA?

Se você tem um filho com alguma doença genética ou má-formação (ou se tiver casos na família), sofreu abortos repetitivos, está com mais de 35 anos ou tem alguma doença genética, o indicado é que converse com um geneticista. Qualquer casal possui cerca de 5% de chance de ter uma criança com um problema genético, mas, se os pais apresentarem alguma alteração, esse risco passa para 25%, no geral. Algumas doenças genéticas podem, ainda, ter afetado o seu pai ou a sua mãe, pular uma geração e seu filho apresentá-la, mas esses casos são mais raros. “Estudamos o problema específico do casal, mas não dá para fazer um rastreamento para 100% das doenças”, lembra Mayana Zatz, geneticista, uma das mais respeitadas na área no país, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo. Se os pais tiveram um bebê que nasceu e não sobreviveu sem uma causa aparente, é preciso investigar também. “Só com o material genético do bebê você pode dizer se isso irá se repetir”, diz Dafne Horovitz, geneticista há 20 anos, coordenadora clínica do Departamento de Genética do Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz (RJ).

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Senado aprova licença-maternidade maior para mães de prematuros

Projeto segue agora para a Câmara dos Deputados

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou nesta quarta-feira (17) projeto de lei que aumenta a licença-maternidade de mães de prematuros extremos. O objectivo é ampliar pelo tempo que for necessário o pagamento do salário-maternidade para as mães que tiverem filhos prematuros extremos, além dos quatro meses já assegurados pela Constituição Federal. De acordo com o documento, o benefício deve ser concedido por "todo o período necessário ao acompanhamento hospitalar do recém-nascido, sem prejuízo do período da licença à gestante". Nesse caso, são considerados prematuros extremos as crianças que nasceram com "exigências redobradas de cuidados" e sem condições de deixar o hospital.

Para o relator do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS), "os eventuais custos da concessão desse benefício são ínfimos em relação aos resultados positivos passíveis de serem obtidos em termos de saúde e educação. Por outro lado, uma criança nascida prematuramente, com um grau extremado de exigência de cuidados, pode representar uma carga estressante para a mãe".

Como foi aprovado em caráter terminativo pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, o projeto deve seguir diretamente para a análise da Câmara dos Deputados.

domingo, 31 de julho de 2011

Ensino da letra de mão é suspenso em escolas dos EUA

Especialistas discutem as consequências da medida para o desenvolvimento das crianças

O uso de computadores, celulares, tablets e laptops têm transformado o dia a dia das crianças. As mudanças são visíveis nas brincadeiras e também na hora do aprendizado dos pequenos. Tanto que nos Estados Unidos, a tradicional forma de escrever com a letra cursiva (de mão) foi considerada ultrapassada e o ensino deve ser abandonado em mais de 40 estados norte-americanos.

O primeiro deles a suspender por lei o ensino da letra cursiva nas escolas foi o estado de Indiana. Os defensores do novo código argumentam que, atualmente, as crianças não necessitam e quase não se utilizam de caneta e papel para escrever e por isso a alfabetização deve se focar no ensino da letra bastão e nos métodos de digitação. A medida causou polêmica nos EUA. Será que o hábito pode ser incorporado por aqui também?

Para a psicopedagoga Anete Hecht, diretora pedagógica do Colégio I.L.Peretz, em São Paulo, não há motivos que justifiquem a retirada do ensino da letra cursiva nas escolas brasileiras. “Os métodos devem ser somados e não reduzidos. A alfabetização acontece no primeiro momento com a letra bastão, depois a criança passa para a letra cursiva. Isso é importante porque na letra de mão, a criança desenvolve traços da sua identidade e personalidade”, afirma. A psicopedagoga se preocupa também com o desenvolvimento da coordenação motora fina das crianças, que poderia ser prejudicada pelo abandono da letra de mão.

Mas segundo Saad Ellovitch, neuropediatra do Hospital Samaritano de São Paulo, o desenvolvimento da coordenação motora fina não está estritamente relacionado à escrita cursiva, mas também ao uso das mãos em movimentos sutis. “O cérebro se adapta às necessidades do corpo. Você pode desenvolver a motricidade fina, ou seja, a capacidade de execução de movimentos pequenos e delicados, com outras atividades, como por exemplo, o desenho”, afirma a especialista. O corpo é capaz de se adaptar assim às novas condições impostas pelo desenvolvimento humano.

Hoje, a substituição da escrita cursiva pela digital se apresenta como um processo natural - e não necessariamente um problema. “A escrita digital predomina na maioria dos trabalhos da esfera profissional. Por isso, o investimento no ensino da letra cursiva para essa função está cada vez mais em desuso", explica Maria Jose Nóbrega, filóloga e assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A portabilidade dos equipamentos é outro fator que desestimula a escrita de mão. No entanto, como os impactos das novas tecnologias sobre a educação e o aprendizado ainda são pouco conhecidos, a especialista reforça que os novos e os antigos métodos tendem a ser usados de forma conjunta.“Ainda não podemos excluir o ensino da letra cursiva, porque no Brasil nós não temos a universalização do acesso ao computador", diz.

Outra razão seria porque a escrita manual desempenha algumas funções que ainda não foram substituídas pela digital. Uma letra bonita, em um caderno arrumado, é claro, também ensina conceitos de organização.

domingo, 24 de julho de 2011

Depressão materna: como isso afeta o seu filho?

Um novo estudo feito com 438 famílias mostrou que sintomas recorrentes de depressão materna podem influenciar o comportamento das crianças na primeira infância

Após o nascimento do seu bebê, a rotina muda. Tudo parece bem, mas, de repente, você desperta uma manhã mais triste, com menos vontade de levantar da cama. Aos poucos, começa a sentir muito mais ansiedade, raiva, cansaço. Quando tudo isso começa a atrapalhar o seu dia a dia e convívio com seu filho e família, é hora de procurar um médico. Você pode estar com depressão - e esses sintomas não prejudicam só você.

Um estudo realizado pela Universidade de Adelaide, na Austrália, publicado na revista científica Pediatrics revelou que crianças cujas mães apresentam sintomas recorrentes de depressão têm mais chance de desenvolver problemas de comportamento aos 5 anos.

A pesquisa acompanhou 438 mães e seus filhos (227 meninas e 211 meninos). Os cientistas pediram às mães que preenchessem questionários durante a infância das crianças entre 2 e 5 anos. Após a análise das informações, os pesquisadores perceberam que sintomas recorrentes de depressão materna quando as crianças têm entre 2 e 3 anos se tornam um fator de risco para o desenvolvimento de problemas comportamentais aos 5. Enquanto que sintomas constantes da doença não afetam o desenvolvimento delas.

Para o psiquiatra Sérgio Klepacz, do Hospital Samaritano, em São Paulo, o estudo comprova que quando a criança se sente insegura, principalmente em relação às pessoas próximas a ela e ao meio em que vive, o seu grau de estresse aumenta e afeta o seu comportamento. “A depressão da mãe se torna um problema quando ela não é constante, ou seja, quando apresenta oscilações de humor", diz. "Se a mãe sofre com depressão com os mesmos sintomas, a criança não sofre com isso porque já sabe o que esperar”, diz. Ou seja, se a doença da mãe não for tratada corretamente e voltar após um período, há mais riscos para as crianças.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi a influência positiva dos cuidados de outras pessoas nesses primeiros anos de vida dessas crianças: mesmo meio período na creche (o chamado cuidado formal), por volta dos 2 anos, já teve um impacto significativo no comportamento delas anos depois. Já os cuidados ditos informais (outras pessoas que não eram profissionais) não fizeram tanta diferença nesse caso. O mais importante dessa pesquisa, portanto, é mostrar para as mães que sofrem com depressão a importância buscar ajuda especializada, dividir as tarefas e, assim, preservar a criança.

Fonte: Revista Crescer

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Os truques para engravidar funcionam?

Veja os métodos alternativos utilizados por leitoras da CRESCER e descubra a eficácia de cada um deles 

Tirar férias, transar dia sim, dia não e até erguer as pernas para cima no fim da relação, muitos são os “truques” populares para engravidar. Mas será que eles funcionam? Para descobrir isso, a CRESCER pediu às leitoras que revelassem seus métodos alternativos. Depois, conversamos com o obstetra e ginecologista Aberto D’Aurea, diretor do grupo da Maternidade Pro Matre Paulista e do hospital Santa Joana, para saber quais dessas técnicas são realmente eficientes e quais não passam de mitos. Confira o - divertido - relato das leitoras e a opinião do especialista.

Esqueça!
“Tentei de tudo, fiquei até meio chateada pelo resultado negativo. Mas chegou uma hora que tentei esquecer um pouco. Foram seis meses de tentativa e graças a Deus engravidei. Minha pequena completa um ano em julho. Eu brinco com meu marido, que a gestação começou naqueles dias em que eu estava super cansada e dizia vamos logo amor (risos).” Franciiele Ramos

Opinião do especialista - “O maior inimigo da gestação é a ansiedade. Você não pode exigir data e horário para a ação da natureza. O corpo não aceita imposição. O que ajuda na hora de engravidar é a entrega que a mulher faz no momento da relação. A tensão e cobrança só atrapalham e levam ao fracasso”.

Dia fértil
“O esquema é o tal do dia fértil! Ele existe.” Larissa Carvalho

Opinião do especialista – “O dia fértil existe, mas não é uma regra. Num ciclo normal de 26 a 32 dias, a mulher normalmente ovula entre o 11° e 15° dia. Além disso, outros fatores podem afetar a ovulação.”

Posição
“Erguer as pernas para cima! Hahahahaha.” Louizi Leão

Opinião do especialista - “De fato, é recomendado que a mulher permaneça deitada para não perder parte do esperma que pode escorrer pelas pernas, caso ela se levante. Se a mulher tem o útero retrovertido, recomenda-se que após o ato sexual, ela se vire de bruços e permaneça assim por uns 20 minutos. Já se o útero está lateralizado para direita, após a relação ela deve manter o corpo virado para e esquerda. Se o útero for lateralizado para esquerda, nesse caso, vira-se o corpo para a direita. Mas essas medidas são polêmicas, pois nem todos os médicos concordam e, claro, não são garantia de gravidez.”

Travesseiro
“Colocar um travesseiro abaixo do bumbum durante a relação.” Odete Santos

Opinião do especialista – “No caso do travesseiro, se a pessoa se sente bem com ele abaixo do quadril, ótimo! Então que coloque o travesseiro. O importante é relaxar e não impor normas durante o ato sexual que prejudiquem a sua espontaneidade.”

Pratique, claro
“O melhor truque é praticar sem parar! (risos)” Angélica Sasson

Opinião do especialista – “A relação sexual deve ser espontânea, mas já se sabe que quando ela acontece todos os dias, a qualidade de volume do esperma diminui. O melhor é fazer pausas de dois a três dias entre uma relação e outra.”

Tire férias 
“Férias... engravidei em janeiro.” Daniela Galdi

Opinião do especialista – “As chances de gravidez aumentam nas férias porque a mulher está mais relaxada e o convívio com o parceiro também é maior. Se o local escolhido para o descanso for a praia, melhor ainda. Nesse ambiente, você visualiza o corpo do parceiro por horas antes do ato sexual, o que aumenta o grau de excitação da relação. Banhos de mar também ajudam a tornar a vagina menos ácida, aumentando a sobrevivência dos espermatozóides no interior dela.

Temperatura corporal
“Media minha temperatura basal todos os dias e fiz um gráfico. Acompanhei todas as alterações do meu corpo pela temperatura, sabia o dia que tinha ovulado e... deu certo!!!!” Tatiana Carleto

Opinião do especialista – “Esse método não é recomendado porque está sujeito a muitas oscilações. A temperatura pode ser alterada por muitos fatores como, por exemplo, uma relação sexual no dia anterior à medição ou mesmo uma ida ao banheiro.” 

Fonte: Revista Crescer

terça-feira, 19 de julho de 2011

Selo do Inmetro será obrigatório nos berços infantis

Fabricantes terão o prazo de 18 meses para se adequar às novas normas de segurança

O berço deve ser um lugar de segurança para o bebê, mas nem sempre a qualidade do móvel atende aos critérios para isso. Essa foi a conclusão a que chegou o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, (Inmetro), ao analisar 11 marcas existentes no mercado brasileiro. “Encontramos até insetos na madeira dos berços. Todas as marcas apresentaram não conformidades com as normas de segurança”, afirmou Aline Oliveira, técnica do Instituto.

Segundo a especialista, a diferença de preços entre os móveis não significou maior ou menor qualidade entre eles. Na avaliação, a variação do valor entre um modelo e outro chegou a 300%, o que mesmo assim não impediu a reprovação de todas as marcas.

No ano passado, uma pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos revelou que todos os dias, 26 crianças são levadas aos hospitais norte-americanos devido a acidentes com berços, moisés ou cercadinhos. No Brasil, não há uma estatística oficial sobre esse tipo de incidente, porém as quedas (não só de berços, mas em geral) figuram entre as principais causas dos acidentes infantis. “Também é comum que as crianças fiquem presas pelos braços, pernas e até mesmo pela cabeça, o que pode levar à asfixia, devido ao espaço irregular entre as ripas dos berços”, complementa Aline.

Os fabricantes, tanto nacionais como as importadoras, terão 18 meses para se adequar às novas normas de segurança do Inmetro. Mas as lojas ainda poderão comercializar o produto sem certificação por um período de 36 meses. Até lá, os pais têm de ficar ainda mais atentos para fazer a escolha certa na hora de comprar o berço do bebê.

Veja os principais cuidados que os pais devem ter na hora da escolha do berço

- Verifique se as bordas e partes salientes do móvel são arredondadas e isentas de quaisquer rebarbas ou arestas para evitar ferimentos nos pequenos.

- Rótulos, decalques ou adesivos não podem ser utilizados nas superfícies internas das laterais e extremidades do berço, pois as crianças podem puxá-las para si.

- Uma vez dentro do berço, a criança não pode conseguir levantar a base do colchão ou a base do móvel.

- As laterais móveis devem ser equipadas com um sistema de travamento. (Nos EUA elas foram proibidas, mas no Brasil ainda são permitidas).

- Caso o colchão não seja parte integrante do móvel, deve existir uma marcação, na base do berço, recomendando o uso de colchões com espessura máxima permitida de 120mm.

- O manual de instrução e montagem do móvel deve estar escrito em português.

- Procure pelo Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro, que deve estar exposto no berço e na embalagem do produto, mas lembre-se que ele só se tornará obrigatório daqui a 18 meses e você ainda poderá encontrar berços não certificados pelos próximos três anos.

sábado, 16 de julho de 2011

Pesquisa aponta um novo caminho para o combate da alergia ao leite

Especialistas afirmam que a ingestão de pequenas quantidades de leite cozido pode acelerar o desaparecimento da doença

Descobrir que o seu bebê, já tão indefeso, pode sofrer com diarréias, vômitos e outros distúrbios intestinais depois de tomar leite é muito triste. A alergia ao leite de vaca e derivados acontece por causa da imaturidade imunológica e gastrintestinal dos pequenos durante os primeiros anos de vida. Ela é a mais comum entre as alergias alimentares, que atingem uma a cada 13 crianças, segundo estudo realizado nos Estados Unidos, e pode durar até os 7 anos, em geral, mas em alguns casos perdura até a idade adulta. “O organismo do bebê reage à presença das proteínas do leite, porque precisa combater as substâncias estranhas que identifica no seu corpo”, afirma a Renata Cocco, pediatra, membro da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

A médica explica que para o tratamento do problema, normalmente, se receita a suspensão total do leite e de seus derivados na alimentação da criança. Entretanto, uma recente pesquisa desenvolvida na Mount Sinai School of Medicine, nos Estados Unidos, aponta um novo caminho para o combate da alergia. Segundo o estudo, a presença de leite em alimentos assados ou cozidos pode ser benéfica para os que sofrem da doença. Como?

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de analisar 88 crianças alérgicas, de 2 a 17 anos de idade. Por um período de cinco anos, elas foram gradativamente apresentadas a alimentos como bolos, waffles e biscoitos, todos com pequenas quantidades de leite em sua formulação.

No final do período, 47% das crianças já conseguiam tolerar produtos laticínios como iogurte e sorvete, contra os 22% registrados entre aquelas que suspenderam totalmente o consumo do leite e seus derivados. Os cientistas logo perceberam, então, que a ingestão moderada e gradativa do leite cozido pode acelerar o desaparecimento da alergia, processo que naturalmente acontece com o crescimento da criança.

“Com o calor do cozimento, as proteínas do leite perdem a sua integridade. Por isso a ingestão do alimento cozido em pequenas quantidades acaba funcionando como uma imunoterapia. A criança cria a chamada tolerância oral, que significa a perda da alergia”, explica Renata. Em resumo, é como se essas pequenas doses fossem uma espécie de vacina: ao entrar em contato com tais proteínas, a criança desenvolveria imunidade contra elas. Mas isso não significa que, se o seu filho for alérgico ao leite, você pode fazer esse teste em casa. A especialista adverte que o tratamento só pode ser executado sob a orientação de um médico experiente.

Não confunda alergia ao leite com intolerância à lactose
Apesar dos sintomas semelhantes, a alergia ao leite e a intolerância à lactose são doenças diferentes. A alergia está relacionada às proteínas animais existentes no alimento, enquanto a intolerância diz respeito ao açúcar do leite, a chamada lactose.

É importante fazer essa distinção porque seus tratamentos são diferentes. O leite de cabra, por exemplo, pode substituir o de vaca para as pessoas com intolerância à lactose, mas em nenhum caso é indicado para as pessoas com alergia. Converse com o médico do seu filho para ter um diagnóstico correto da doença.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cárie de mamadeira, você sabe o que é isso?

Nos Estados Unidos, há uma discussão para colocar uma advertência nos rótulos da mamadeira alertando os pais para o risco de cáries nas crianças


Com os primeiros dentes do seu filho vêm também os cuidados para evitar - desde cedo - as cáries. O governo de Nova Iorque, Estados Unidos, está discutindo até mesmo colocar no rótulo das mamadeiras uma advertência sobre os riscos que ela oferece à saúde bucal dos pequenos. Isso porque a chamada cárie precoce de infância (que também é conhecida popularmente por cárie de mamamdeira) surge principalmente quando a criança tem o hábito de mamar durante a madrugada e voltar a dormir sem fazer a higiene da boca.

Segunda a odontopediatra Cíntia Patrícia Schames, a cárie de mamadeira é mais comum em crianças de até 2 anos, faixa etária em que acordar no meio da noite acontece com maior frequência e também idade limite indicada para o uso do utensílio. Para piorar, a salivação diminui, reduzindo-se a proteção natural que ela exerce sobre os dentes. E isso é um prato cheio para que as bactérias utilizem o açúcar do leite para produzir ácidos que destroem o esmalte do dente.

É preciso lembrar, ainda, que algumas crianças são mais suscetíveis que outras ao aparecimento das cáries, ressalta a odontopediatra. Mas hábitos de higiene desde cedo garantem uma boca saudável. Nos primeiros dentinhos, a limpeza com gaze ou fralda umedecida em água filtrada basta. Já quando aparecerem os molares, é preciso recorrer a uma escova de cerdas macias, recomendada para a idade do seu filho. O primeiro sinal de cárie são manchas brancas nos dentes, que podem ser revertidas com aplicação de flúor. “Por isso a importância da visita ao dentista já no primeiro ano de vida da criança”, afirma Cíntia.

Mas é claro que você não precisa ficar desesperada se vez ou outra o bebê dormiu antes de você limpar os dentinhos dele. Eventualmente, tudo bem quebrar a rotina de escovação. Apenas cuide para isso não acontecer com frequência. Para quem está com dificuldade de tirar a mamadeira da madrugada, a odontopediatra Lucia Coutinho dá uma dica: "dilua o leite com água até que a criança perca a vontade de consumir o líquido". Aos poucos, ela explica, essa transição vai ficando mais fácil.

Como evitar a cárie

Se o seu filho só dorme com a mamadeira, na mamada antes de dormir, ofereça apenas água;

Evite usar a mamadeira para confortar o bebê. Para que ele vá deixando o hábito de acalmar-se sugando, comece a ensiná-lo a beber no copo ou na caneca por volta do primeiro aniversário;

Se ele usa chupeta, evite mergulhar o acessório em mel ou líquidos açucarados;

Sempre que oferecer sucos a criança, mesmo que sem açúcar, faça a higienização dos dentinhos em seguida;

Água de coco também contém açúcar, por isso, vale o mesmo conselho acima;

Não deixe a mamadeira na mão da criança para evitar que ela fique o dia todo bebericando;

Evite adicionar açúcar às bebidas e alimentos de seu filho;

Visite um odontopediatra assim que os primeiros dentes de leite irromperem na boca do bebê

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Estudo comprova que vacina contra gripe protege grávidas e respectivos bebês

Crianças cujas mães foram vacinadas têm 48% menos risco de ser hospitalizadas por causa da doença

As baixas temperaturas do inverno aumentam os casos de gripe entre gestantes e crianças. Mas os recém-nascidos são os que mais sofrem com a doença. Os bebês de até 6 meses de idade apresentam as maiores taxas de hospitalização por gripe entre as crianças. Um dos motivos é que, além de serem mais frágeis, para essa faixa etária não existem vacinas específicas. Isso porque não há estudos suficientes que determinem uma dosagem segura para crianças pequenas que ainda têm os órgãos imaturos. Mas, para o alívio das mães, cientistas norte-americanos reforçam algo já comprovado antes: a vacinação das gestantes também protege os recém-nascidos.

De acordo com o estudo da Wake Forest University Baptist Medical Center, divulgado pelo American Journal of Obstetrics & Gynecology, os bebês cujo as mães foram vacinadas durante a gestação reduziram em 48% os ricos de hospitalização por influenza. A pesquisa analisou os dados provenientes de 1500 crianças de até 6 meses e suas respectivas mães.

“A vacinação proporciona ao bebê maior segurança nas primeiras semanas e meses do pós-parto porque produz uma elevação dos anticorpos no sangue da mãe, que passam através da placenta para o bebê. Com isso a criança tem um aumento da imunidade e fica protegida até ela começar a produzir anticorpos por si mesma”, explica Edílson Ogeda, ginecologista e obstetra do Hospital Samaritano de São Paulo.

Além dos benefícios para o recém-nascido, o médico destaca também a importância da vacinação para a saúde da mãe, já que durante a gravidez a mulher fica mais vulnerável aos sintomas da gripe. “A grávida tem os sistemas cardiovascular, imunológico e respiratório alterados devido às adaptações que seu corpo faz para gerar a criança e, por isso, fica doente com maior facilidade", diz. Mais um motivo para manter a carteira de vacinação em dia durante os nove meses.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cesárea: o que leva as mulheres a esse tipo de parto

Problemas como baixo batimento cardíaco do bebê, dilatação e gemelaridade estariam entre as razões, segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos. No fim da lista, o pedido da mãe. Mas será que no Brasil essa situação também é assim? Confira 


Por que as mulheres estão fazendo tanto parto cesárea? Para descobrir quais seriam esses motivos, cientistas da Yale School of Medicine, nos Estados Unidos, analisaram 32.443 nascimentos entre 2003 e 2009. A primeira descoberta, publicada no jornal científico Obstetrics & Gynecology, revelou que, durante esse período, houve um aumento de 26% para 36,5% das cesáreas nesse país. 

Metade desse aumento foi causado por mães que já tinham passado por um outro parto desse tipo anteriormente (LEIA MAIS SOBRE ESSE TIPO DE SITUAÇÃO). Já, na outra metade responsável pela estatística, estariam problemas como: baixo batimento cardíaco do bebê (32%), dilatação insuficiente da mulher (18%), gêmeos ou outros múltiplos (16%), suspeita de macrossomia - quando o bebê é grande demais – (10%), pré-eclâmpsia (10%) e pedido da mãe (8%).

E no Brasil? As razões são semelhantes? De acordo com Eduardo Souza, obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP), nosso índice de parto cesárea no SUS varia entre 30 e 35%, contrariando a determinação da Organização Mundial de Saúde, que é até 20%. Na rede privada a incidência é ainda pior: superior a 90% em algumas maternidades. “Há um abuso na indicação da cesariana”, diz.

No entanto, afirma o especialista, é difícil fazer uma pesquisa com essa no país pela falta de dados detalhados dos motivos que levam ao parto cirúrgico. “No Brasil, por exemplo, nenhum médico anota se o parto cesárea foi a pedido da paciente. Mas é fato que os pedidos da mulher no fim do pré-natal são mais frequentes. Não ficariam em último lugar como nesse estudo”, acredita. Segundo Eduardo, a maioria das grávidas começa falando em parto normal, mas, ao longo da gravidez, ela perde a segurança e muda de ideia. É nesse momento que o obstetra pode ajudar o casal a esclarecer mitos e medos do parto vaginal.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Fumar na gravidez reduz o colesterol bom das crianças

Segundo estudo, quando a mãe fuma durante a gestação aumenta em até 15% as chances de doenças cardíacas no filho aos 8 anos


Todo mundo já sabe de cor os malefícios que o cigarro pode causar – quem não se lembra das fotos estampadas no maço de cigarro, mostrando bebês prematuros? Além da criança nascer antes do tempo, ela pode ter doenças cardíacas, respiratórias e até retardo mental. Uma nova pesquisa, realizada pela Universidade de Sidney, na Austrália, mostrou que o cigarro  leva a criança a ter níveis mais baixos de HDL, o colesterol bom, conhecido por proteger contra doenças cardíacas.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram os efeitos do cigarro durante a gestação na parede das artérias e nos níveis de lipídeos e proteínas no sangue de 405 crianças saudáveis, de 8 anos. Os resultados mostraram que os níveis de HDL variaram cerca de 0,15 mmol/l entre filhos de mães fumantes e não-fumantes, mesmo após levar em consideração fatores que poderiam influenciar no resultado, como duração do aleitamento materno, sedentarismo e índice de massa corporal. Para os cientistas, essa diferença pode resultar em um risco aproximado de 10 a 15% maior de doença coronária em filhos de mães que fumam.

Segundo o obstetra Norberto Antônio Freddi, do Hospital e Maternidade Santa Catarina (SP), o estudo é mais um alerta sobre a importância de as mulheres fugirem do cigarro especialmente na gestação. “Níveis baixos de colesterol HDL aos 8 anos sugerem sério impacto sobre a saúde no futuro, já que a tendência é a de que esses níveis continuem assim quando a criança chegar na vida adulta”, diz o especialista.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A pele do bebê no inverno

Veja 4 dicas para cuidar da pele do seu filho nesta estação


Basta o tempo esfriar para nos abastecermos de cremes e hidratantes. A nossa pele resseca, mas não necessariamente a do recém-nascido. “O hidratante só é indicado em bebês se houver necessidade: se a pele estiver áspera e esbranquiçada”, explica Silmara Cestari, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Na hora de escolher o produto, dê preferência a cremes sem perfumes e hipoalergêncios e...

...prefira limpara o nariz da criança com água corrente. Se estiver fora de casa, use lenço descartável e não fraldas ou lenços umedecidos. “O tecido pode se tornar meio de cultura de bactérias. Use lenços descartáveis, uma só vez”, diz a médica.

...use vaselina e pomadas contra assaduras para proteger a área do nariz. A vaselina cria uma barreira para proteger a pele, mas, atenção: há o risco de formar um toldo que manterá as bactérias ali se houver inflamação no local.

...diminua o tempo de banho para, no máximo, 10 minutos. A temperatura tem de ser agradável, mas o menos quente possível. Use pouco sabão e prefira os glicerinados e os infantis.

...evite o uso de roupas de lã em contato com a pele. A lã e os tecidos sintéticos ressecam a pele. Por isso, use sempre peças de algodão por baixo. Na hora de dormir, um lençol com a dobra larga protege o rosto do bebê do contato com o cobertor. 

Fonte: Revista Crescer

sábado, 25 de junho de 2011

Nariz entupido

Como aliviar esse desconforto na hora que as crianças pegam uma gripe ou resfriado


Você sabia que o nariz é a porta de entrada do sistema respiratório e, assim, o local onde ocorre o início de uma infecção no seu filho? Bastam os vírus se instalarem nos cílios e mucosas nasais para dar início a um mecanismo de defesa. Então há grande produção de secreção, como forma de o organismo gerar anticorpos e outros elementos para combater os vírus responsáveis pelas doenças respiratórias. Pronto! O nariz do seu filho entupiu.

Para aliviar o desconforto e melhorar a respiração, deve-se fazer lavagens nasais com solução fisiológica e sempre estimular que a criança assoe o nariz várias vezes ao dia. Mesmo assim, a respiração pode ficar mais prejudicada ao anoitecer e, principalmente, quando ela deitar. Uma dica que ajuda é elevar um pouco o travesseiro e até investir em inalação com soro fisiológico para desentupir as vias aéreas.

Nos bebês, que ainda não conseguem assoar o nariz por conta própria, pode-se utilizar um bulbo macio de borracha para aspirar a secreção espessa. E lembre-se! Nunca use descongestionantes ou antiinflamatórios sem prescrição do pediatra do seu filho. Outras atitudes que ajudam são o cuidado com a casa:

- Para eliminar o pó, limpe a casa com pano úmido e aspirador diariamente. As vassouras levantam poeira;

- Troque as roupas de cama da criança duas vezes por semana;

- Retire tapetes, carpetes e bichos de pelúcia do quarto da criança;

- Não entulhe coisas em estantes, para evitar acúmulo de poeira e piorar ainda mais o desconforto do seu filho. 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uma mãe melhor (ainda) depois da separação


No meio das dificuldades que chegam após a separação, muitas mulheres descobrem que se tornaram mães ainda melhores. A jornalista Katia Michelle Bezerra, mãe de Helena, 7 anos, e separada há dois, conta como isso aconteceu com ela e com outras mulheres que já não vivem mais junto com o pai de seus filhos

Logo que me separei, estava em uma viagem de trabalho e um rapaz muito bonito se aproximou de mim no aeroporto, puxando conversa: ‘Você viaja muito?’, perguntou. Eu logo disparei, com olhos marejados: ‘Não. Depois que minha filha nasceu, fiquei mais em casa e depois da separação é ainda mais difícil deixá-la’. O que um desconhecido no aeroporto tem a ver com uma situação tão íntima vivida por mim, que normalmente sou bem mais discreta, eu não sei. Mas sei que eu queria afastar qualquer risco de distração de uma maternidade que estava cada dia mais latente.

Quando me casei, queria uma família. Nunca cogitei não ter filhos, apesar dos médicos serem meio reticentes quanto à minha fertilidade. Não foi uma obsessão, mas, quando engravidei, borboletas passaram a voar dentro de mim. Fiquei completamente apaixonada pela ideia de que um ser crescia dentro de mim e nem me dei conta que aqui fora as coisas começavam a degringolar. Helena nasceu há sete anos e me trouxe um outro dia a dia que eu tive que aprender aos poucos, assim como ela ia crescendo.

Quando minha filha tinha 5 anos, depois de algumas idas e vindas, eu e o pai dela nos separamos definitivamente. A partir daí, nós duas ganhamos de presente uma nova vida também. Quando duas pessoas têm um filho, duas culturas e seus conjuntos de crenças se unem para uma educação. Sozinha, eu tive que decidir se a fada do dente existe, se o coelhinho deixa pegadas na Páscoa e se o Papai Noel joga os presentes pelo telhado ou os deixa na porta da frente. Além é claro, de coisas bem práticas: artesanato ou natação depois da aula? Sobra dinheiro para isso? Ela continua na mesma escola, cuja mensalidade não consigo dar conta sozinha?

Me deparar com todas essas responsabilidades me deu medo. Mas quando se tem uma pessoa dependendo de você, o medo também impulsiona para frente. Não sei quem foi que disse que a gente precisa aprender a viver o que não planejamos. E lá estava eu, ou melhor, nós, em um vida que nunca pensei ter, mas à qual precisava me adaptar bem rapidinho.

Sem família na cidade onde moro, me mudei para perto da escola para facilitar a logística, troquei de emprego para algo mais estável e fui me adaptando às situações e suas adversidades. Nos primeiros meses, me voltei completamente para a Helena. Eu, que já era supreprotetora, tentei protegê-la ainda mais. Ficava tão perto, cuidando para que ela não sofresse, que nem me dei conta que talvez a estivesse sufocando.

ESTOURE A BOLHA

A verdade é que crianças se adaptam com muita facilidade às novas situações. Uma vez, uma colega olhou para minha filha com cara de dó e disse: ‘Que bom, agora você terá duas casas e vai ganhar dois presentes de Natal: um do papai e outro da mamãe’. E ela prontamente respondeu: ‘Mas é o Papai Noel quem traz os presentes!’ Na sua simplicidade, Helena foi resolvendo as coisas, o que não impediu, claro, de alergias aparecerem e o comportamento ficar mais arredio na escola.

A cada novo sintoma eu procurava a solução que achava mais rápida: homeopatia, terapia, deixar dormir mais tarde. Um chocolate? Não acho que tenha passado do ponto, mas vejo outras situações em que a mãe quer compensar a ‘perda’ de alguma forma e acaba exagerando no trato com a criança. Olhando para trás eu acho, sim, que me equivoquei em algumas situações. Era como se eu quisesse transformá-la na menina-bolha, igual àquele filme do John Travolta, ou forrar a terra inteira de colchões macios para que qualquer queda dela – física ou emocional – não doesse tanto quanto aquilo que eu estava sentindo.

Com o tempo, aprendi a não ser tão superprotetora. Entendi que as adversidades são também um motivo de crescimento e a cada dia a estimulo mais a desenvolver suas habilidades e a tomar decisões sozinha, do alto da maturidade dos seus 7 anos. Um exemplo? Depois de quase dois anos entre indas e vindas na minha cama, hoje ela é a primeira a ir para o quarto dela. Lê um livro, grita boa noite e apaga a luz, enquanto eu fico pensando no quanto ela amadureceu – e eu também – depois da separação.

NEM SEMPRE É RUIM

A psicóloga Lidia Weber, autora de mais de 15 livros sobre educação infantil, diz que as mães são quase sempre exageradas e isso fica mais evidente ainda com a separação. ‘Quando as mães se separam, acabam ficando sobrecarregadas com o dia a dia e elas são superlativas em tudo em relação ao pai, tanto para as coisas boas quanto para as coisas ruins’, diz.

Para ela, essa sobrecarga, somada à queda na situação econômica que normalmente uma separação acarreta, deixa as mães mais estressadas e consequentemente mais aptas a práticas inadequadas. Ela acompanhou uma pesquisa com 400 estudantes universitários que foi apresentada recentemente em um congresso na Itália. ‘É o que chamamos de pesquisa retroativa. Para saber como as mães agem, não adianta perguntar a elas e sim para os filhos’, explica.

Foram classificados cinco tipos de mães, baseados nas respostas e situação dos filhos na casa dos 20 anos: mães ótimas; mães em crise conjugal; mães medianas; mães zangadas e mães terríveis. ‘A maioria das mães que se separam são do segundo grupo, pois mesmo depois da separação não deixam de brigar com os ex-maridos’. Se a relação com o parceiro é ruim, isso pode causar problemas à criança. Nem sempre uma boa mãe vai conseguir lidar bem emocionalmente com a separação, portanto, é preciso que você se cuide e, se precisar de ajuda, procure um terapeuta

E, sobre isso, preciso dizer que tenho muito a aprender. Ainda não consegui enterrar todas as mágoas, mas é uma luta constante para mim. Tento ser cordial, mas percebo que isso é pouco para pais de uma menina linda e inteligente como Helena.

A boa notícia é que essa situação não acontece com todo o mundo. É possível ter separações tranquilas, quando pais e mães colocam a educação e o bem-estar dos filhos acima de tudo. ‘Existe uma solução para tudo. Nós aprendemos nossos comportamentos e quando tomamos consciência de que algo está errado, podemos mudar’, enfatiza a psicóloga.