quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Peixe contra asma?

Pesquisa sugere que introduzir o alimento antes dos 9 meses na alimentação do bebê pode ajudar a prevenir a asma. Veja quando e como começar a inserir o alimento no cardápio das crianças


O fim de ano está aí. Se você vai passar as férias na praia, aproveite para introduzir o peixe na alimentação do seu bebê. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a partir do sexto mês de vida da criança, o alimento já pode ser inserido nas papas salgadas.

Um novo estudo incentiva essa hábito no primeiro ano de vida: pesquisa da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mostrou que oferecer peixe ao seu bebê antes dos 9 meses pode ajudar a prevenir a asma na idade pré-escolar. Para chegar a esse resultado, a pesquisa acompanhou 4.171 famílias escolhidas aleatoriamente, que responderam a questionários quando seus filhos tinham 6, 12 meses e quatro anos e meio de idade. Após a análise dos números, percebeu-se que o hábito de comer peixe antes dos nove meses cortou quase pela metade a propensão de chiado e respiração ofegante por volta dos 5 anos. O estudo não é conclusivo e os especialistas estão em busca de mais confirmações.

Ainda assim, sobram motivos para esse tipo de proteína fazer parte do cardápio de toda a família. “Já se sabe que o peixe é uma ótima fonte protéica e ferro, que é bem absorvido pelo organismo”, diz a nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri (SP). Estudos mostram também que os ácidos graxos ômega-3 (gordura poliinsaturada), encontrados principalmente no salmão e na sardinha, são importantes para o desenvolvimento do sistema nervoso central e da retina e na prevenção de doenças crônicas, como obesidade e hipertensão.

O ideal é que o alimento seja oferecido aos poucos, para que, caso a criança apresente alguma reação, seja possível identificar o que causou o problema e não oferecê-lo mais. Com relação às espinhas, escolha os peixes que têm poucas ou que não as tenham, como cação, linguado ou badejo. “Após o preparo, deve-se conferir com atenção, e sempre checar mais uma vez antes de oferecer ao bebê”, afirma o pediatra Gerson Matsas, do Hospital Samaritano (SP).
Atenção na hora da compra

O principal cuidado, no entanto, vem antes de o peixe estar no prato da família – na hora da compra! A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo dá dicas para você não errar. Em primeiro lugar, o produto deve ser adquirido em um estabelecimento que tenha boas condições de higiene e limpeza. Dê preferência para o pescado fresco, mais fácil de verificar a qualidade por meio do odor, textura e coloração. Observe se a carne está firme, brilhante e escorregadia; se os olhos estão brilhantes e protuberantes; e as brânquias úmidas e brilhantes, entre a cor de rosa e vermelho intenso. O peixe também deve estar conservado em meio a camadas de gelo.

Para quem opta pelo peixe congelado ou congela o peixe fresco, é preciso atenção ao descongelar. “Nunca se deve descongelar qualquer pescado em temperatura ambiente, porque não é uniforme e pode gerar perda de qualidade, umidade e permitir o crescimento de micróbios”, diz William Latorre, diretor da Divisão de Alimentos da Vigilância Sanitária Estadual (SP) . Para isso, descongele-o na geladeira, a 4 °C. E lembre-se: nunca congele novamente o peixe que foi descongelado. Após ter sido preparado, ele deve ser conservado na geladeira por até 24 horas.