quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cesárea: o que leva as mulheres a esse tipo de parto

Problemas como baixo batimento cardíaco do bebê, dilatação e gemelaridade estariam entre as razões, segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos. No fim da lista, o pedido da mãe. Mas será que no Brasil essa situação também é assim? Confira 


Por que as mulheres estão fazendo tanto parto cesárea? Para descobrir quais seriam esses motivos, cientistas da Yale School of Medicine, nos Estados Unidos, analisaram 32.443 nascimentos entre 2003 e 2009. A primeira descoberta, publicada no jornal científico Obstetrics & Gynecology, revelou que, durante esse período, houve um aumento de 26% para 36,5% das cesáreas nesse país. 

Metade desse aumento foi causado por mães que já tinham passado por um outro parto desse tipo anteriormente (LEIA MAIS SOBRE ESSE TIPO DE SITUAÇÃO). Já, na outra metade responsável pela estatística, estariam problemas como: baixo batimento cardíaco do bebê (32%), dilatação insuficiente da mulher (18%), gêmeos ou outros múltiplos (16%), suspeita de macrossomia - quando o bebê é grande demais – (10%), pré-eclâmpsia (10%) e pedido da mãe (8%).

E no Brasil? As razões são semelhantes? De acordo com Eduardo Souza, obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP), nosso índice de parto cesárea no SUS varia entre 30 e 35%, contrariando a determinação da Organização Mundial de Saúde, que é até 20%. Na rede privada a incidência é ainda pior: superior a 90% em algumas maternidades. “Há um abuso na indicação da cesariana”, diz.

No entanto, afirma o especialista, é difícil fazer uma pesquisa com essa no país pela falta de dados detalhados dos motivos que levam ao parto cirúrgico. “No Brasil, por exemplo, nenhum médico anota se o parto cesárea foi a pedido da paciente. Mas é fato que os pedidos da mulher no fim do pré-natal são mais frequentes. Não ficariam em último lugar como nesse estudo”, acredita. Segundo Eduardo, a maioria das grávidas começa falando em parto normal, mas, ao longo da gravidez, ela perde a segurança e muda de ideia. É nesse momento que o obstetra pode ajudar o casal a esclarecer mitos e medos do parto vaginal.