quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Meninas cada vez mais novas em poses sensuais. Por quê?

Maquiagem carregada, salto, cabelos à la Amy Winehouse. Tudo isso aos 4 anos! Foram essas as imagens que chocaram pais, mães e o público em geral esta semana em um catálogo de lingerie infantil

Se você já tinha se chocado quando viu nas notícias a pequena Thylane, de 10 anos, em pose sensual para a revista Vogue francesa, com certeza também não se conformou ao ver esta semana imagens de meninas de 4 anos (sim, 4 anos!) posando para a marca de lingerie, também francesa, Jour Après Lunes.

As fotos, que nos recusamos a publicá-las aqui, promovem uma coleção de lingerie destinada a meninas de 4 a 12 anos, que as exibe com um visual que remete ao mundo adulto feminino: cabelos no estilo da cantora Amy Winehouse, grandes óculos de sol e colares de pérolas.

O fato é que a publicidade chocou e repercutiu em diversos lugares do mundo. "O que é perturbador sobre a Jours Après Lunes não é apenas o fato de que a lingerie é para pessoas que provavelmente não devem ter idade suficiente para saber o que é uma lingerie, mas as fotos em seu site.” Esse é parte do texto publicado no Fashionista.com, que trouxe a história à tona.

Mas por que cada vez mais isso se repete e com meninas? Para Cristina Carvalho, educadora e coordenadora dos cursos de especialização em educação infantil da PUC-RJ, isso é um reflexo da maneira como a figura da mulher tem sido vista na sociedade.

Muitas vezes ouvimos falar que as crianças hoje são precoces, compreendem tudo tão cedo, sabem tudo. Elas não sabem nada. São inseridas em um mundo pronto e precisam compreender conceitos, normas, regras da sociedade. E cabe aos pais mediar essa relação do filho com o mundo. “A culpa não é do computador, da novela, da internet. Para criar valores, a criança precisa de alguém que os explique”, afirma. E critica: "Eu percebo que alguns pais têm se eximido da responsabilidade que o adulto tem de cuidar disso." Diálogo, paciência e dizer não, muitas vezes, fazem parte do educar. Dá trabalho!

Brincadeira x realidade

Sem ter consciência do que a maquiagem carregada, a roupa ou a pose sensual significam, a menina passa a reproduzir em seu dia a dia algo que não é bacana, mas que, para ela, é normal. A distância entre o mundo adulto e o infantil se encurta, assim como a infância. Precocemente, ela é estimulada a aceitar um comportamento a que não está preparada e pode se envolver em situações de risco amanhã.

Vale aqui reforçar que isso é completamente diferente de imitar. Se a sua filha adora colocar os seus sapatos de salto e desfilar pela casa, ou ainda vestir uma roupa sua, tudo bem. “A imitação faz parte do desenvolvimento infantil. É benéfica. Afinal, é por meio do brincar com base na imitação que ela está conseguindo compreender as coisas do mundo”, conta Cristina. O problema é quando isso deixa de ser brincadeira.

Na educação dos filhos, como você já sabe, é preciso estar junto e lidar o tempo todo com o bom senso e olhar atento em suas vidas, para que, mais tarde, eles possam fazer suas escolhas. Mas em situações como essa a responsabilidade vai além dos pais. “Nós adultos precisamos nos perguntar se é isso que queremos para o mundo. Não dá para achar normal atitudes assim”, diz a educadora. E você? O que pensa de tudo isso? Compartilhe com a gente!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quem precisa de aconselhamento genético?

 Descubra se você e seu marido deveriam passar por uma consulta com um geneticista – e saiba em que casos é importante procurar esse especialista antes de engravidar


O QUE É ACONSELHAMENTO GENÉTICO?

É uma conversa, um aconselhamento mesmo, onde o geneticista avalia as chances de o paciente (ou seus filhos) ter uma doença genética. Na primeira consulta, você não vai fazer nenhum exame. O médico quer conhecer a sua história e a da sua família para fazer a árvore genealógica de vocês. O objetivo é descobrir se há possíveis riscos e verificar se é necessário algum exame para fechar um diagnóstico.

O QUE SÃO DOENÇAS GENÉTICAS?

São problemas que estão na “programação” do nosso DNA. Podem estar nos cromossomos (como a síndrome de Down, na qual a pessoa tem um cromossomo a mais no par 21), nos genes (como a acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo) ou ser definidos por vários fatores, como genéticos e ambientais (o uso de álcool ou drogas etc.). Vale lembrar que nem todas têm sua causa completamente desvendada. A boa notícia é que existem mais exames disponíveis para a investigação e o custo para realizá-los é menor.

QUEM PRECISA PASSAR POR UMA CONSULTA?

Se você tem um filho com alguma doença genética ou má-formação (ou se tiver casos na família), sofreu abortos repetitivos, está com mais de 35 anos ou tem alguma doença genética, o indicado é que converse com um geneticista. Qualquer casal possui cerca de 5% de chance de ter uma criança com um problema genético, mas, se os pais apresentarem alguma alteração, esse risco passa para 25%, no geral. Algumas doenças genéticas podem, ainda, ter afetado o seu pai ou a sua mãe, pular uma geração e seu filho apresentá-la, mas esses casos são mais raros. “Estudamos o problema específico do casal, mas não dá para fazer um rastreamento para 100% das doenças”, lembra Mayana Zatz, geneticista, uma das mais respeitadas na área no país, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo. Se os pais tiveram um bebê que nasceu e não sobreviveu sem uma causa aparente, é preciso investigar também. “Só com o material genético do bebê você pode dizer se isso irá se repetir”, diz Dafne Horovitz, geneticista há 20 anos, coordenadora clínica do Departamento de Genética do Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz (RJ).

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Senado aprova licença-maternidade maior para mães de prematuros

Projeto segue agora para a Câmara dos Deputados

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou nesta quarta-feira (17) projeto de lei que aumenta a licença-maternidade de mães de prematuros extremos. O objectivo é ampliar pelo tempo que for necessário o pagamento do salário-maternidade para as mães que tiverem filhos prematuros extremos, além dos quatro meses já assegurados pela Constituição Federal. De acordo com o documento, o benefício deve ser concedido por "todo o período necessário ao acompanhamento hospitalar do recém-nascido, sem prejuízo do período da licença à gestante". Nesse caso, são considerados prematuros extremos as crianças que nasceram com "exigências redobradas de cuidados" e sem condições de deixar o hospital.

Para o relator do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS), "os eventuais custos da concessão desse benefício são ínfimos em relação aos resultados positivos passíveis de serem obtidos em termos de saúde e educação. Por outro lado, uma criança nascida prematuramente, com um grau extremado de exigência de cuidados, pode representar uma carga estressante para a mãe".

Como foi aprovado em caráter terminativo pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, o projeto deve seguir diretamente para a análise da Câmara dos Deputados.