sábado, 18 de junho de 2011

Paralisia infantil e sarampo: campanha simultânea de vacinação começa sábado (18)

O governo pretende imunizar mais de 14 milhões de crianças contra a poliomielite e mais de 17 milhões contra o sarampo. Fique atenta ao calendário de vacinação do seu filho!


Se seu filho tem menos de 5 anos, é preciso levá-lo a um posto de saúde em breve para a vacinação contra a poliomielite (doença que pode causar paralisia infantil). A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite, promovida pelo do Sistema Único de Saúde (SUS), começa no dia 18 de junho, sábado, e vai até 22 de julho em postos de saúde de todo o país. A segunda fase, onde as crianças recebem o reforço, acontecerá entre 13 de agosto e 16 de setembro. Nesse ano, a campanha vem com uma novidade: todos os estados brasileiros, mais o Distrito Federal, irão vacinar crianças entre 1 ano e menores de 7 contra o sarampo nos mesmos dias da imunização contra a pólio.

Mesmo que o seu filho tomado a vacina tríplice viral (que o protege contra sarampo, rubéola e caxumba) recentemente, ele tem de ser vacinado outra vez agora. Isso porque essa campanha do governo, que em geral ocorre em intervalos de três a cinco anos para reforçar a proteção das crianças contra o sarampo, foi antecipada em oito estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Alagoas, Minas Gerais e Pernambuco) por conta de um surto da doença na Europa. Nessas regiões, há um maior fluxo turístico no meio do ano por conta das férias escolares. Nos demais estados, a imunização vai começar em agosto, junto com a 2° fase da imunização contra poliomielite.

Sarampo

O sarampo é uma doença aguda, altamente contagiosa, transmitida por vírus. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. A vacina é forma mais eficaz de prevenção.

Restrições

As restrições das gotinhas contra a poliomelite ficam para as crianças que estiverem com infecções agudas, febre acima de 38 ºC, diarreia, vômito, alergia a algum componente da vacina, como a estreptomicina e eritromicina, já apresentaram reação anormal às gotinhas (Sabin) ou crianças com deficiência imunológica em tratamento com imunossupressores. Mas vale consultar o pediatra da criança sobre a vacina. Além disso, não há contraindicação pelo fato de a criança tomar as duas vacinas, pólio e sarampo, juntas, no mesmo dia.

Outra forma de prevenção da poliomielite

Essa, no entanto, não é a única opção para proteger o seu filho contra a poliomielite. Nas clínicas particulares de vacinação, a alternativa, com a mesma eficácia, é a Salk (a dose é aplicada conjugada com outra vacina dependendo da idade da criança, e o preço fica em torno de R$ 200). A diferença entre elas está na composição. A Salk é feita com vírus morto (inativo) e é injetável. A Sabin, gratuita, é feita com vírus vivo e atenuado, aplicada via oral.

As dosagens de ambas no calendário de vacinação são as mesmas. As primeiras devem acontecer aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 15 meses e outro dos 4 aos 6 anos. Recebendo um dos tipos de vacina e nas idades recomendadas, seu filho já está protegido contra a doença. Isso não quer dizer que ele não possa participar das campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde em termos de saúde pública.

“É fundamental manter a cobertura contra a poliomielite, porque, apesar de não haver mais casos no Brasil, ela não está erradicada em todo o mundo. Por isso, o risco de a doença voltar sempre existe, principalmente se alguém vem ao país com o vírus e encontra uma população desprotegida”, afirma Renato Kfouri, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, da Sociedade Brasileira de Imunização. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que em 2008 foram registrados 1.640 casos da doença, sendo que Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão são considerados endêmicos.

A OMS está discutindo a substituição da Sabin pela Salk. Isso porque há uma possibilidade de a criança desenvolver a doença por conta da vacina. “Uma vez que o vírus está vivo, eventualmente ele pode sofrer uma mutação no intestino da criança e provocar a paralisia. Mas isso é raro e a chance é maior nas primeiras doses de vida. A média de casos como esse é de 1 para cada 2 milhões de doses", diz Kfouri. Por esse motivo, segundo o especialista, há países, como Estados Unidos e Austrália, que já não utilizam mais as gotinhas.