domingo, 15 de maio de 2011

Mamaço coletivo no Itaú Cultural ganha o apoio da direção do local

Com cerca de 50 mães, a manifestação, que aconteceu nesta quinta (12), defendeu o aleitamento materno e a possibilidade de as mulheres poderem amamentar em qualquer lugar.


Nesta quinta-feira (12/05), um evento diferente fez parte da programação do Itaú Cultural (SP). Um mamaço coletivo aconteceu no local como forma de manifestação depois que a antropóloga Marina Barão foi impedida de amamentar seu filho no local. Sua história chegou, primeiramente ao Facebook e, por meio dessa rede social e de outras, as mães puderam se organizar, mesmo depois de um pedido público de desculpas de Eduardo Saron, diretor do centro.

Marcado para 15h, o mamaço contou com a participação de cerca de 50 mulheres e seus bebês. Dessa vez, tudo estava organizado para recebê-los. Com dois espaços disponíveis para elas - o próprio local de exposição, onde Marina foi impedida de amamentar, e o auditório -, as mães puderam, ainda, assistir a um documentário sobre aleitamento materno e ouvir uma cotação de história. No final, um momento de bate-papo com direito a lanches e sucos. 



Até mulheres que nunca passaram por uma experiência como a de Marina estavam no centro cultural. Carla Raiter, professora e mãe de um menino de 2 meses, afirmou que já viu pessoas olhando constrangidas para ela. “Também ouvi dizer que era melhor se eu colocasse um paninho no colo enquanto amamentava o Gael”, contou. Mesmo com um bebê de menos de 1 mês, Camila Campelo fez questão de comparecer. “É uma causa em que acredito e que merece ser investida, por mais que eu ainda não tenha vivenciado uma situação ruim”, explicou ela.

Para Marina, o ato valeu a pena. “Daqui para frente, espero que erros de orientação não aconteçam mais”, afirmou. O Itaú deixou claro que a funcionária que abordou a antropóloga não havia sido bem orientada – é proibido comer no espaço de exposições, mas há, claro, uma exceção para a amamentação. Saron, no fim, até brincou com a situação. “Sou pai há 8 meses. Quando minha mulher soube o que tinha acontecido aqui, quis me bater”, contou.

Segundo Ana Cristina Duarte, doula e a primeira a levar a história para o Facebook, o encontro foi fundamental para que outros espaços tenham a consciência de que não podem impedir uma mãe de amamentar o seu filho. “Demos o nosso recado. Quando o assunto é amamentação, nada passa batido. As mães se mobilizam mesmo”, disse. Um final feliz a favor de um gesto que só traz benefícios - para a mãe e o bebê.

 Fonte: Revista Crescer